mont_int_0.png

Clique aqui para acessar o álbum de fotos do evento.

 

13/08/16 - SÃO PAULO - O quinto e último dia da 14ª Semana Jurídica do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) foi marcado pela homenagem ao centenário do nascimento do Governador André Franco Montoro (1983-1987), celebrado em 14 de julho passado.

O evento, ocorrido no auditório nobre do TCE na capital, na sexta-feira (12/08), contou com apresentação da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (OSUSP), rememorou a história do político paulista com relatos de familiares, amigos e autoridades.

Prestigiaram o ato, ao lado do Presidente do TCESP, Conselheiro Dimas Eduardo Ramalho; o Secretário de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania, representando o Governador Gerando Alckmin, Márcio Fernando Elias Rosa; o Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti e os convidados especiais Fernando Montoro, representando a família do homenageado, e Alaíde Quércia, representando a família do Governador Orestes Quércia.

Por parte do TCE, compuseram a mesa da solenidade o Vice-Presidente do TCESP, Conselheiro Sidney Beraldo; o Corregedor do TCE, Conselheiro Renato Martins Costa; o Conselheiro-Decano Antonio Roque Citadini; os Conselheiros Edgard Camargo Rodrigues e Cristiana de Castro Moraes; Auditor-Substituto de Conselheiro, Samy Wurman e o Procurador-Geral do Ministério Público de Contas, Rafael Neubern Demarchi Costa. 

Segundo o Conselheiro Antonio Roque Citadini, que falou em nome do colegiado, a instituição deve muito a Montoro, que apoiou medidas em todos os campos para que o Tribunal de Contas crescesse e se transformasse no que é hoje. Ele também relatou episódios marcantes na convivência com Montoro, como a campanha ao Senado de 1970.

“Eu o acompanhei em um comício pelo interior e lembro dele falando para cem pessoas como se ali estivesse um milhão, com entusiasmo e tolerância aos grupos contrários. Agradeço ter convivido com ele, um homem de ideias e de seriedade”, afirmou o Decano.

Já o Secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Márcio Fernando Elias Rosa, afirmou que Montoro fez política com a arte da diplomacia. “Homenagear Montoro é homenagear aqueles que optam pela vida correta e retidão. Que haja espaço e vez no Brasil para pessoas como Franco Montoro”, concluiu. 

A filha do homenageado Malu Montoro Jens recebeu do TCE, em nome da família, o Colar do Mérito da Justiça de Contas, pelos ‘relevantes serviços prestados por Montoro ao Estado de São Paulo e ao país’ como Vereador, Deputado Estadual e Federal, Senador, Ministro de Estado e Governador. O TCE também entregou a Ricardo Montoro, filho do Governador, uma placa que registra o evento realizado no dia 12 de agosto. 

O também filho do Governador, Fernando Montoro, falou em nome de todos os familiares e agradeceu a homenagem do TCE. “Um homem humanista e propositivo, essas eram as características mais marcantes de meu pai”, disse. O evento contou ainda com o relato da professora de Direito Constitucional Maria Garcia, que foi assistente de Montoro na PUC-SP.

Coube ao Presidente Dimas Ramalho encerrar a cerimônia. “Nesses tempos tão estranhos, de vazios e coisas rasas, a presença de Montoro hoje nos lembra que devemos sempre acreditar na democracia, no diálogo e na Constituição. Há pessoas que quando morrem, vivem para sempre, cada vez mais presentes, assim é Montoro”, finalizou o Presidente. 

 

.Franco Montoro foi um dos grandes incentivadores da redemocratização no país

Paulistano nascido em 14 de julho de 1916, André Franco Montoro construiu uma carreira política que influenciou fortemente os rumos do Estado de São Paulo e do país.

A formação intelectual foi forjada na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, nas quais se graduou em 1938. Atuou como professor na USP e na PUC-SP antes de entrar para a política e se eleger vereador de São Paulo em 1950 pelo Partido Democrata Cristão. Na sequência foi eleito deputado estadual e, depois, deputado federal.

Em 1961, quando o presidente Jânio Quadros renunciou, Montoro integrava a comitiva parlamentar que acompanhava o então vice-presidente, João Goulart, em visita oficial à China. Depois de empossado, Jango o nomeou Ministro do Trabalho e da Previdência Social.

Já no regime militar, Montoro foi eleito senador da República pelo MDB em 1970 com quase 2 milhões de votos. Foi reeleito em 1978, época em que já defendia eleições diretas para governador, algo só concretizado quatro anos depois. Em 1982, foi escolhido candidato do PMDB para concorrer ao governo de São Paulo ao lado de Orestes Quércia.

Eleito governador, deixou como legado de gestão o saneamento das contas do Estado depois de receber a máquina pública em meio a uma grave crise financeira. Também conseguiu fazer importantes investimentos na área da educação, principalmente na construção de escolas.

Em 1983, articulou uma ação conjunta suprapartidária em defesa das eleições diretas para presidente da República. Reuniu no Palácio dos Bandeirantes dez governadores que assinaram um manifesto exigindo a volta das diretas, dando início à grande mobilização popular que tomou as ruas das principais cidades. Foi por sua iniciativa que se organizaram os grandes comícios de janeiro de 1984 na Praça da Sé e no Vale do Anhangabaú.

Em 1988, deixou o PMDB para fundar o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ao lado de 40 deputados federais e sete senadores. Foi eleito deputado federal pelo PSDB em 1994 e reeleito em 1998. Exerceu o mandato até sua morte, por infarto, em julho de 1999.